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Vida e obra de Rómulo de Carvalho/António Gedeão 1906 - 1997



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Biografia


Rómulo Vasco da Gama de Carvalho é este o nome do célebre homem da ciência que foi também um grande poeta português.

Nasceu no dia 24 de Novembro de 1906 em Lisboa, na rua do Arco do Limoeiro, actualmente Rua Augusto Rosa. Aí cresceu num ambiente familiar marcado principalmente pela figura da sua mãe, pois apesar desta ter apenas a instrução primária tinha uma enorme paixão pela literatura e desde cedo transmitiu ao filho Rómulo, que foi assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folheto de jornal.

Aos 5 anos, Rómulo, escreveu os seus primeiros poemas mas, e foi quando entrou para o Liceu Gil Vicente e tomou contacto, pela primeira vez, com as ciências que a sua vida mudou pois começou a sentir um grande interesse pelas ciências interesse esse que foi aumentado com o passar dos anos.

Um ano depois de ter acabado o Liceu entrou na Universidade do Porto e apesar da literatura o ter acompanhado durante toda a sua vida optou por se licenciar na área das Ciências Físico-Químicas.

Um ano depois de se ter licenciado, em 1932, formou-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras do Porto, dando, assim, a entender qual seria a sua actividade principal daí para a frente – professor e pedagogo.

Começou por estagiar no liceu Pedro Nunes e deu aulas durante 14 anos no liceu Camões. Foi depois convidado pelo liceu D.João III, em Coimbra, e aí ficou até 8 anos depois quando voltou para Lisboa para dar aulas como professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do liceu Pedro Nunes.

Para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Colaborou como co-director da “Gazeta de Física” a partir de 1946 e dedicou-se á elaboração de manuais escolares que surpreenderam tudo e todos não só pelo grafismo mas também pela forma como simplificou matérias tão complexas como a física e a química.

Apesar de trabalhar na área das ciências, Rómulo não esqueceu a literatura e continuou a escrever poesia mas, por não a considerar de qualidade nunca tentou publicá-la. Só em 1956 devido á sua participação num concurso de poesia, publicou o seu primeiro livro de poesia “Movimento Perpétuo” e assim nasceu António Gedeão, o pseudónimo que Rómulo usava para manter o anonimato.

António Gedeão continuou a publicar poesia. Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia. E é nisto que consiste a sua originalidade. Para Rómulo estas duas áreas a literatura e as ciências, pelas quais se interessava muito, tão diferentes, completavam-se mutuamente.

“Pedra Filosofal”, tornou-se num hino á liberdade e ao sonho devido ao retrato de toda a geração que viveu sob o regime ditatorial, feito nela, que “toca” todas as pessoas dessa geração que acreditavam que através do sonho era possível alcançar a liberdade. Com base nos poemas de António Gedeão, em 1972, José Nisa compôs doze músicas.

Após 40 anos de ensino, Rómulo, decidiu reformar-se devido á desorganização e falta de autoridade que o 25 de Abril provocou em Portugal.

Nos anos seguintes dedicou-se por inteiro á investigação publicando imensos livros, tanto de divulgação científica como da história da ciência. Também Gedeão continuou a escrever os seus originalíssimos poemas, “Poemas Póstumos” em 1984.

Sete anos depois de se ter tornado sócio da Academia de Ciências, em 1990, Rómulo de Carvalho assumiu a direcção do Museu Maynense, desempenhando este cargo até ao fim da sua vida.

Ao completar 90 anos de idade foi homenageado nacionalmente. Este professor, pedagogo, investigador, grande Homem das Ciências e também poeta foi reconhecido publicamente por pessoas da política, da ciência, das letras e da música.

A 19 de Fevereiro de 1997, Rómulo faleceu deixando uma enorme saudade a todos que conheciam a ele e às suas obras.