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Vida e obra de Rómulo de Carvalho/António Gedeão 1906 - 1997



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Cronologia

1906 - Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasce em Lisboa a 24 de Novembro, na Rua do Arco do Limoeiro (actual Rua Augusto Rosa).

1912 - Entra no Colégio de Santa Maria. Faz os seus primeiros poemas.

1914 - Termina a instrução primária. Como não tinha idade para ingressar no liceu, continua no Colégio, ajudando a professora a ensinar os outros meninos.

1917 - Publica, no jornal Notícias de Évora, as primeiras estrofes de continuação de Os Lusíadas.
Entra para o Liceu Gil Vicente.

1919 - A família muda para a Calçada do Monte, onde passa a sua juventude.

1924 - Publica, no Quinzenário Académico, o jornal do Liceu Gil Vicente, um soneto.

1925 - Completa o 7.º ano do liceu. Matricula-se no Curso Preparatório de Engenharia Militar, na Faculdade de Ciências.

1926 - É alistado na tropa, mas o seu ingresso é adiado.
Em colaboração com o seu amigo Carlos Bana, escreve Quod est, est (Tenho a honra de pedir a mão de Violante), que é levada à cena no final do ano escolar, encenada por Vasco Santana e com música de Manuel Ribeiro.

1928 - Decide mudar de curso e matricula-se em Ciências Físico-Químicas, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

1931 - Termina o curso de Ciências Físico-Químicas. Inicia estágio no Liceu Normal Pedro Nunes.

1932 - Conclui o curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

1933 - Termina o estágio no Liceu Pedro Nunes. Começa a ensinar, actividade que exerce até 1974.

1934 - Casa com Maria José da Silva Cardoso. Lecciona na Escola Lusitânia, em Lisboa.
Faz o Exame de Estado. É colocado no Liceu Camões.

1936 - Nasce o filho Frederico.

1938 - É nomeado director do Laboratório de Química do Liceu Camões, cargo que ocupa até 1948.

1942 - Publica «O aspecto fraudulento da Alquimia», em Liceus de Portugal.

1945 - Casa com Maria Natália Paiva Nunes.

1946 - Publica «A forma morta de Leibnitz […]», no Mundo Literário.
Integra a direcção da Gazeta da Física que mantém durante 28 anos.

1947 - Publica o livro «A ciência hermética» e os artigos «A atitude mental de Langevin perante os problemas científicos» (no Mundo Literário) e «O primeiro barco a vapor» (na Ver e Crer).
Começa a publicar artigos na Gazeta de Matemática e na Gazeta de Física.

1948 - Publica o livro «O embalsamento egípcio» e o artigo «As grandes aventuras do professor Piccard», na Ver e Crer.
É nomeado professor auxiliar do Liceu Pedro Nunes, onde permanece até 1950.

1949 - Nasce a filha Maria Cristina.
Publica «As dimensões do universo molecular e atómico» e «Como foi determinada, pela primeira vez, a velocidade de propagação da luz», no Átomo, e «A escolha do metro como unidade de medida», na Ver e Crer.

1950 - É colocado no Liceu D. João III, em Coimbra.
Muda-se para Coimbra, para a Rua Bernardo de Albuquerque, onde permanece até 1957.
Pública «Os átomos existem?», no Átomo. Publica, «Compêndio de Química», «Guia dos trabalhos práticos de Química» e, com A. A. Riley da Mota, «Noções elementares de Química».
Começa a colaborar no Boletim da Sociedade de Língua Portuguesa.

1951 - Publica «No primeiro centenário da morte de Daguerre […]», «No centenário da morte de Oersted […]», no Átomo, e «Elogio de Simão Stevin», na Labor.
A Atlântida Editora aprova a ideia da colecção Ciência para Gente Nova.
Começa a estudar o material didáctico existente no Museu Pombalino, que tinha pertencido ao Gabinete de Física do Real colégio dos Nobres.

1952 - Publica «História do telefone» e «História da fotografia». Dirige o Laboratório de Química no liceu D. João III.

1953 - Publica as monografias «História dos balões» e «Ferreira da Silva, homem de ciência e de pensamento», e «Problemas de Física para o 3.º ciclo do ensino liceal».

1954 - Publica o livro «História da electricidade estática» e o artigo «A pretensa descoberta da lei das acções magnéticas por Dalla Bella […]», na Revista Filosófica. Concorre ao Prémio Almeida Garrett, do Ateneu Comercial do Porto, com poemas reunidos sob o título «A experiência dolorosa».

1955 - Publica «História do átomo».

1956 - Publica «Portugal nas Philosophical Transactions […]», na Revista Filosófica. Traduz «O Sr. Tompkims explora o átomo», de Gamow. Escolhe o pseudónimo António Gedeão para figurar na Antologia do prémio Almeida Garrett. Estreia-se na poesia com «Movimento perpétuo», publicado com o pseudónimo de António Gedeão.

1957 - Publica «História da radioactividade». É nomeado professor do Liceu de Pedro Nunes. É publicada a Antologia do prémio Almeida Garrett de 1954, organizada por João Gaspar Simões. Regressa a Lisboa e instala-se na Rua Sampaio Bruno, onde permanece até ao fim da vida. É eleito para a direcção da Sociedade Portuguesa de Química e Física. Adaptação radiofónica da História dos Balões pela Emissora Nacional que a transmitiu em três episódios.

1958 - Publica «Joaquim José dos Reis construtor das máquinas de Física […]», na Vértice. É nomeado professor metodólogo de Ciências Físico-Químicas e director do gabinete de Física do Liceu de Pedro Nunes e integra a comissão de redacção de «A Palestra», revista desse liceu.
António Gedeão publica o livro de poemas «Teatro do mundo».

1959 - Pública «Que é a Física» e «História da fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa».
António Gedeão publica «Declaração de amor», na Colóquio.

1960 - É nomeado director da biblioteca do Liceu Pedro Nunes, funções que exerceu até à aposentação.

1961 - António Gedeão publica «Máquina de fogo».
1962 - Publica «História da energia nuclear» e «História dos isótopos».

1963 - Publica «Apontamentos sobre Martinho de Mendonça de Pina e de Proença», na Ocidente, e «Sobre os compêndios universitários exigidos pela Reforma Pombalina», na Miscelânea de Estudos a Joaquim de Carvalho.
Inicia a colaboração no Dicionário de história de Portugal, dirigido por Joel Serrão.
António Gedeão publica «RTX – 78/24».
Poemas de António Gedeão são lidos em recital sobre a Novíssima Poesia Portuguesa.

1964 - Publica «Leonis de Pina e Mendonça […]», na Ocidente.
António Gedeão publica «o livro Poesias completas» e «Poema para Galileu»; o poema «Lágrima de preta» sai em A Voz de Moçambique.

1965 - António Gedeão publica «O sentimento científico em Bocage», na Ocidente.
Roberto Barchiesi traduz para italiano «Poema para Galileu» que sai nos Estudos Italianos em Portugal.

1966 - Publica «A hipótese atómica de John Dalton», no Diário de Lisboa.
O poema «Tempo de poesia» sai em A Tarde da Bahia (Brasil).
Recebe o Prémio Bocage pelo ensaio «O sentimento científico em Bocage».

1967 - Publica «Relações científicas do astrónomo francês Joseph-Nocolas de l’Isle com Portugal», no Arquivo da Bibliografia Portuguesa.
António Gedeão publica «Linhas de força».
O poema «Dia de Natal» é publicado num jornal de estudantes do Liceu Camões que é apreendido pelo reitor.

1968 - Publica «A Física para o povo» e «Ciências da Natureza 1».


1969 - Publica «Ciências da Natureza 2».
Os poemas de Gedeão são incluídos na antologia «Ich kann die Liebe nicht vertragen», organizada por Ilse Losa.
Inicia o curso de orientação de professores estagiários de Físico-químicas em vários liceus.
O poema «Enquanto» é distribuído nas ruas de Coimbra, durante as manifestações estudantis.
«Poema para Galileu» é gravado por Mário Viegas.
A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa promove uma sessão com poesia de António Gedeão.

1970 - Sai um disco do ZIP-ZIP com a «Pedra filosofal» musicada e cantada por Manuel Freire.
Recebe o Prémio Pozal Domingues pela «Pedra filosofal».
Integra o grupo, coordenado por Rui Grácio, para estudo de novos programas de Ciências da Natureza para o Ciclo Preparatório.

1971 - Publica «O lume vivo que a marítima gente tem por santo», na Ocidente.
A Comissão de Censura proíbe que a peça «RTX 78/24» seja levada à cena no Teatro Vasco Santana.
«Poema da malta das naus» gravado por Manuel Freire.

1973 - António Gedeão publica «A poltrona e outras novelas».
É nomeado professor efectivo no Liceu Normal de Pedro Nunes.
É nomeado co-director do Boletim do Ensino Secundário, do Ministério de Educação.

1974 - António Gedeão integra antologia de poesia portuguesa publicada em Moscovo.
Efectua curso de preparação de professores do 4.º ano do Ciclo Básico.
Desloca-se a vários liceus do país, como professor metodológico, para observação de estágios em ciências físico-químicas.
Aposentação a 9 de Outubro.

1975 - Publica «Aditamento ao Guia de trabalhos práticos de Química para o curso complementar do ensino liceal» e, em colaboração, «Física para o 1.º ano do curso complementar do ensino secundário».
Colabora na Logos Enciclopédia.
António Gedeão publica «Ay flores, ay flores do verde pino», na Colóquio. Letras.
Participa em reuniões, para reformas do ensino, em sessões de esclarecimento.

1976 - Estuda o material do Museu Maynense.

1977 - Publica «Ciências da Natureza: ensino secundário» e, em colaboração, «Física para o 2.º ano do curso complementar do ensino secundário».

1978 - Publica «História do Gabinete de Física da Universidade de Coimbra […]».
Estreia de RTX 78/24 no Teatro do Nosso Tempo.

1979 - Publica «Relações entre Portugal e a Rússia no século XVIII».
Inicia a publicação de Cadernos de Iniciação Científica, com edição dos quatro primeiros números: «A descoberta do mundo físico», «A experiência científica», «A natureza corpuscular da matéria e moléculas» e «Atómos e iões».

1980 - Publica «A estrutura cristalina», «A energia» e «As forças».
Publica na “Colóquio. Letras” um soneto que havia sido escrito em 1939.

1981 - Publica «A actividade pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos séculos XVIII e XIX»; «Peso e massa» e «As reacções químicas». Sai o artigo «Os Conservatórios de Artes e Ofícios de Lisboa e Porto», na Ciência e Técnica.
Publica, em colaboração, «Física para o 12.º ano de escolaridade».
António Gedeão publica «História breve da lua», peça de teatro infantil.

1982 - Publica as monografias «A física experimental em Portugal no século XVIII», «A composição do ar», «A pressão atmosférica» e «A electricidade estática»; e o artigo «As ciências exactas no tempo de Pombal», na Brotéria, e «O recurso a pessoal estrangeiro no tempo de Pombal», na Revista de História das Ideias.
Profere uma conferência sobre a criação do Gabinete de Física Pombalino, na Universidade de Coimbra.

1983 - Publica «A corrente eléctrica», «Magnetismo e electromagnetismo» e «A electrónica».
António Gedeão publica «Poemas póstumos».

1985 - Publica «A astronomia em Portugal no século XVIII», «A radioactividade», «A energia radiante» e «Ondas e corpúsculos».
É eleito sócio correspondente da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa.
Participa em simpósio, na Academia das Ciências de Lisboa, sobre a História da Ciência em Portugal.

1986 - Publica «História do Ensino em Portugal […]», «A Física na Reforma Pombalina» e «O roteiro europeu do 2.º Duque de Lafões».
«História breve da lua» é representada pelo grupo TEAR.

1987 - Publica «A História Natural em Portugal no século XVIII» e «D. João Carlos de Bragança, 2.º duque de Lafões […]».
Comunicação à Academia das Ciências «As interpretações dadas, na época, às causas do terramoto de 1 de Novembro de 1755», posteriormente publicada.
É condecorado como Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública.

1988 - Publica «O uso da língua latina na redacção dos textos científicos portugueses», nas Memórias da Academia das Ciências de Lisboa.
É eleito presidente honorário da Sociedade Portuguesa de Física.

1989 - Comunicação à Academia das Ciências «Sobre a passagem do cometa Halley em Portugal no ano de 1759», posteriormente publicada.
É convidado pelo Ministério da Educação para a sessão solene do 23º da Criação da Directoria Geral de Estudos.

1990 - Profere conferências em Coimbra e Lisboa sobre João Jacinto Magalhães. E apresenta a comunicação «Um “Folhetim Scientífico” de Camilo».
É nomeado director do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa. Organiza e publica o catálogo do Museu Maynense.
António Gedeão publica «Novos poemas póstumos» e «Poesia completa».

1991 - Publica «João Jacinto Magalhães e a Academia das Ciências de Lisboa», «As requisições de “instrumentos matemáticos” dirigidas de Lisboa a João Jacinto Magalhães» e «O saber e a personalidade de João Jacinto de Magalhães […]» nas Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, «A aceitação, em Portugal, da filosofia Newtoniana», na Revista da Universidade de Coimbra.
É inaugurado oficialmente o Museu Maynense.
Inicia o estudo da colecção etnográfica da Academia das Ciências de Lisboa. Publica «Carta inédita de João de Deus», na Colóquio. Letras.

1992 - É eleito sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa.
Publica «Bibliografia das obras de autores nacionais publicadas durante o século XX que se ocupam das actividades científica e técnica dos portugueses nos séculos anteriores».
Comunicação à Academia das Ciências de Lisboa. «João Chevalier, astrónomo português do séc. XVIII», posteriormente publicada.
Sai «51+3 poems and other writings», de António Gedeão.
É atribuído o nome António Gedeão à Escola Secundária da Cova da Piedade.

1993 - Publica «O material didáctico dos séculos XVIII e XIX do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa» e «No segundo centenário da ascensão aerostática de Vicenzo Lunardi no Terreiro do Paço».

1994 – «Elogio académico do Prof. Luís de Albuquerque» e «Bento de Moura Portugal […]», nas Memórias da Academia das Ciências, e «Quatro cartas inéditas de João Jacinto de Magalhães».
É publicado, no Brasil, «Palavra de poeta», livro organizado por Denira Rozário, com entrevistas e poemas de António Gedeão.
O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa promove homenagem a Rómulo de Carvalho.

1995 - Publica «O texto poético como documento social» e «A Física no dia-a-dia».

1996 - São-lhe prestadas várias homenagens por ocasião dos seus 90 anos, nomeadamente uma nacional.
O dia 24 de Novembro passa a ser considerado Dia Nacional da Cultura Científica.
Recebe a medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Ministro da Cultura.

1997 - É publicada a Colectânea de estudos históricos.
António Gedeão publica Poemas escolhidos.
Morre em 19 de Fevereiro.

1998 - Publicação de «As origens de Portugal: história contada a uma criança».

2000 - Publicação de «Memória de Lisboa», com fotografias de Rómulo de Carvalho, e «O matéria etnográfico do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa».

2002 - A 6 de Maio foi assinado o termo de doação do seu Espólio à Biblioteca. Foi entregue entre Novembro desse ano e Julho de 2005.

2004 - Publicação de «Obra completa».